Eu sou cíclica em meus TOCs. O que é "desculpável" já que tempo livre é sempre manga de colete e a cada paixão, fica difícil conciliar as paixões anteriores. Andei dedicando TODO meu tempo livre (e algum tempo roubado do que não deveria ser livre) na árvore genealógica, mas estava ficando frustrada com ela... Até eu ir no cartório solicitar pelas certidões dos meus bisavôs e bisavós para ver como eles se encaixam no restante da árvore, eu estava viajando demais nos ancestrais de séculos e séculos atrás e já estava ficando booooooring.... :D
Andei pensando em voltar pro vector, principalmente depois de ver a propaganda de investimentos do Unibanco, que graficamente me deixou encantada, mas com o HD do laptop em vias de morrer, fica quase impossível pensar em fazer algo graficamente rebuscado num computador que trava a cada suspiro.
Então retomei o tricô. Em um fim de semana, 2 cachecois para a Letícia, um inclusive que simplesmente amei, usando o resto da lã rosa do primeiro (um rosa básico em carreira de tricô, que falta acabamento das franjas, mas já estou providenciando) e meu primeiro novelo do cachecol bege a muito desmanchado, com os fios entrecruzados... Me inspirei, e comecei a fazer o cachecol bicolor do Marcelo Filho, preto e branco, bem EMO, e embora ainda insatisfeita com o acabamento, estou lá, tricotando com 2 novelos ao mesmo tempo, fazendo grossas listas horizontais pretas e brancas... Mas não estava afim de passar o resto dos meus dias tricotando cachecois, e somente cachecois...
Andei pegando umas receitas de touca, mas seja pela linha ou pela agulha, ainda não consegui achar a medida correta, e de mais a mais, não estou muito interessada em fazer nas agulhas tradicionais e ter que costurar depois... E como minhas agulhas de 2 pontas estão ocupadas e minhas circulares se mostraram curtas e finas demais pro que eu queria, o projeto aprender a fazer touquinha vai esperar.
E por fim, resolvi aprender a fazer meia. O projeto final é secreto ainda, algo que vou amar fazer quando eu estiver pronta para tal, mas que prefiro guardar para mim por enquanto. Então comecei com uma meinha de bebê para a Ana Clara, filha da Dedeca (apesar dela não nos ter dado a menor confiança :) ) que acaba de nascer. A idéia era ter terminado no fim de semana, mas na sexta feira terminei o primeiro pé, e que DECEPÇÃO... O treco saiu torto, impossivel de imaginar um pé ali dentro, mesmo o de um bebê.... fiquei olhando onde podia ter errado, recomecei e desfiz o trabalho diversas vezes durante o fim de semana, enquanto pensava no que podia ter acontecido, foi quando virei a meia torta pronta do avesso e... VOALÁ... estava do jeito que eu queria, mas com os pontos trocados e o acabamento aparente...
A lógica é razoavelmente simples... E eu já havia notado no cachecol bicolor do marcelinho, que a minha carreira de ida é meio que o avesso e vice-versa.... Possivelmente porque eu puxo da agulha os pontos com a mão esquerda, e não com a direita, como os destros fariam. Em um trabalho linear, é meio simples... Vejo onde estão as eventuais emendas, o entrecruzamento das cores ou o que quer que aponte para AVESSO, e o outro lado fica sendo o direito, para efeitos de pontos especiais e coisas assim, mas no caso de uma meia ou qualquer trico circular que não tem o esquema de ida e volta, não é tão simples.
Afinal, é então preu tricotar o avesso como se fosse o direito para depois virar na hora de fazer o acabamento? Mas e ai, as reduções que se voltam hora para a direita e hora para a esquerda não deveriam acompanhar essa troca? Ou devem acompanhar o esquema de pontos? Ou será que se eu simplesmente fizer como os destros mas trocando a redução de lado não resolveria? Mas nesse caso, a curva do calcanhar não ficaria ao contrário?
Mistério...
E eu achando que meu tormento de ser canhota tinha acabado nas cadeiras de colégio, na espiral dos cadernos e nos malditos abridores de lata...